Lenda da Cigana
Segundo o livro “Olhares da Minha Terra”, de Gujo Teixeira, a Lenda da Cigana se desenha da seguinte forma:
Túmulo de Cigana, construído no Cemitério Municipal, a pedido dos chefes dos ciganos que estavam de passagem e acampados em Lavras, lá pelos idos de 1920. Abriga os restos mortais de uma menina cigana, que diziam ser muito bonita, graciosa, de olhos claros, muito cobiçada pelos homens solteiros da cidade. Conta a lenda que logo após o seu casamento ela foi morta, notícia que consternou os moradores do pequeno vilarejo. Soube-se que mais tarde, versando pelos códigos de honra dos ciganos, que ao noivo é permitido matar a sua esposa, caso ela não seja mais virgem. Os anos passaram e este sentimento enraizado na alma dos humildes segue numa consequente devoção. A simples cigana foi canonizada pelo povo; as mulheres oram e pedem fertilidade e que seus maridos deixem da bebida, e os homens pedem “macheza”, depositando sobre o túmulo da cigana bebidas, flores, perfumes, fitas coloridas e toda sorte de oferendas, agradecedo as preces atendidas.
O Holandês Misterioso
No ano de 1990, foram encontrados no prédio do atual Sindicato Rural, na Pires Porto, 37 baús contendo objetos pessoais, livros em vários idiomas e diversos pertences. Anton Willen Isaac Dignus Bosch era javanês (ilha de Java, antiga colônia holandesa, atual Indonésia), era engenheiro e viajou pelo mundo com objetivos de pesquisa. Esteve em Lavras do Sul nos anos 1950, mas pouco compreendia o português. Pouco se sabe o porquê de sua presença em Lavras do Sul, apenas que tinha ligação com a atividade mineradora. Depois, se soube que ele nunca mais tinha voltado a Lavras do Sul para pegar seus pertences, deixando no ar a dúvida entre as pessoas sobre o desfecho desta história. Em 2007, a RBS TV fez uma investigação do caso e chegou à conclusão, em um episódio do “Histórias Extraordinárias”, de que Mr. Bosch tinha uma filha na Holanda e que, a pedido dos demais filhos, o pai não retornou mais.
Lenda da Noiva da Estrada
Apaixonada por Carolino Anhanha, capataz de estância e ginete, a moça rica já havia também o enfeitiçado que certa vez, na cidade, quando a avistou, com o seu laço a prendeu na armada, como forma de demonstrar o seu sentimento por ela. Passado certo tempo soube-se que a moça, antes do seu casamento, forçada por seu pai, havia bebido veneno por não recusar a união. Segundo a lenda, ao passar pelo Passo do Lagoão (estrada Lavras/São Gabriel), nas noites de lua cheia, surgia uma moça de vestido branco para assustar a quem passasse por ali. Certa vez, Carolino havia bebido de foma excessiva e, de passagem pelo local, seu cavalo se assustou com um vulto que veio da sombra das árvores; meio tonto, Carolino caiu e ficou desacordado; no corpo caído, um carro passou acidentalmente. Esta é uma história muito corrente nos galpões de estâncias. Muitos acendem velas e deixam garrafas de bebida, para fins de homenagem. Ainda, segundo a lenda, dizem que todo amor contrariado vira assombração em noites de lua cheia.